terça-feira, 7 de maio de 2013

A Misericórdia de S. Estevam - P V - Ventos de TEMPESTADE






1728... o Arcebispo Primaz de Braga - Moura Telles - é substituído...

De facto, Portugal está de relações cortadas com a Santa Sé...

Morre D. José de Bragança... ilegítimo da coroa e Arcebispo Primaz... Ponte de lima tranca o que sobreviveu ao naufrágio misterioso... em mistério partiu...

Sopram ventos de mudança... desde o rei D. José, a coroa assume uma postura diferente... moderna... independente... talvez os Távoras fossem a onda que se agitou onde antes houve a hegemonia que nunca se molestou...

Os "Jacobinos" são cada vez mais... as "Bulas Papais" -  excomunhão - começam a grassar... os actuais "Maçons" ocupam o seu respectivo lugar... os governos mudam - há coroas a voar... as linhagens regentes foram cortadas e os "reis títeres" são colocados a governar...

As altas patentes militares vão sendo ocupadas - daqui até que toda a câmara tenha de ser "purgada" vai um passo pequeno - duzentos anos de segredo - com crescentes lusitanos a dealbar...

As gentes - não notam: 

que o Convite "urbi et orbi" de exclusão via Papal é convite para que toda a hierarquia eclesial se renove nas linhas dos que elaboram as crenças que regem o mundo normal...

Prepara-se o temporal - gregos e troianos contra o ser humano normal - vêm galo e bretão nesta terra marchar...

Charada convida charada - seja a igreja de maçonaria disfarçada, seja Bonaparte e Beresford... dá tudo igual...

Vem a Igualdade, a Liberdade e a Fraternidade a toque de lâmina afiada - que leva tudo e não deixa nada: primeiro vem a fama, a promessa, a mudança, a tentação do que agrada sem se ter prova de antemão...

Lá - noutras terras - foi assim - guilhotina irada que ceifa vidas sem ter mão: 

seja o inventor da obra, seja o mentor da reforma seja o povo que a apoiou... 75% do sangue que escorre é arraia miúda - a Nobreza faz-se política... crescem aristócratas na direita da câmara e burgueses na esquerda - e tudo permanece IGUAL...

Gomes, Andrades... Távoras... Bernardins... Castros... Beresfords e demais - todos toldados, todos arredados... todos nomes apagados das histórias: conjuras palacianas que tecem redes e estendem tramas que o povo parece não ver nem debelar...

Vem a primeira invasão... 

Leal Legião Lusitana e todos os valentes para as frentes prussianas... 

os que podem esvaem-se no campo, nas suas propriedades ancestrais... terras perdidas no tempo nas que os nobres escondem seus segredos disfarçados de aristócratas ou aldeãos...

Valentia está perdida.. suas raízes escondidas nas pedras lavradas pelo rio e o pó... pedra da lua, pedra do sol... as três colinas - estrelas luzidias que nunca brilham sós...

Vem a segunda invasão... que povo e povo repelem - com a coragem de quem não cede e o engenho de quem sabe quem é...

Desde os heróis da retoma - seja Vigo Primeiro, seja o Porto depois... Jõao Baptista de seu nome - Almeida que o tempo enterrou... algures na memória de uma igreja que o povo mudou...

Mudaram-se pedras... nomes e letras - ficou apenas o seu guardião...

Ao francês ofereceram as ruínas - luzidias - da abadia que o "tempo queimou"...

rebentaram os dragões com alento as ocas estruturas que o Mestre preparou...

E foi assim - para Inglês ver... 

pois dos vinte e cinco mil que pusémos a correr, 

outros vinte e cinco mil despacharam os de sempre para Portugal...

decretos de abertura às "nações amigas"... dos cifrões... seguidos pelas bulas puras que nos agarraram pelos... galões... 

fim do pacto colonial e pactos de 1810... matreiras invasões marginais - com base no ouro, na economia e na política que ninguém fez...

Tudo IGUAL ao que - HOJE EM DIA VÊS... não o crês... mas as histórias existem para se fazer perdurar - espirais no tempo, com justo talento, de quem de jus para as fazer vingar...


Entre tanto bem... e tanto mal - a Nação sobreviveu...

Foram as Laranjas que o Castelhano a Sul comeu...

Foram as Patuleias que a regente não percebeu...


Foram as sete muralhas firmes que mantêm esta terra íngreme como degrau entre a terra e o Céu...


E - daqui - terra de Tude - que outro tempo a tempo alude - que as fortalezas do Tuído e as ermitas de Sanfins... sejam as do Castro do Outro lado... sejam as que guardam o eterno Juíz...


Capital da Hispânia... terra consagrada - norte verde que era barca do Sol...

Pedra avermelhada - sol dourado que não se apaga - no coração das linhagens que o tempo aumentou...


Deram ao grego - estes troianos - pequenos cavalos para eles montar...

Puzzle guardado pelo humilde soldado - que a vida com vida a manter além mar...

Fica aqui encerrado o primeiro capítulo desta história sem fim:

veio e foi Bernardim... morto ao fugir desterrado depois de abrir as portas do Carvalho sagrado... fugiu o prussiano também assim...

Nem Bruto conseguiu o segredo - que é velado no tempo - ao atravessar o rio do confin...

Nem Nei... nem ninguém entrou na cidadela que guarda a passagem para a nossa terra virgem e os nossos verdes campos entre o sol prateado a reluzir...

Fica assim o segredo confinado - entre os guardas atentos e o seu negro fado - detrás das portas que se mantêm: 

templo guardado... espaço aberto ou fechado - conforme o coração de quem nele pretenda entrar...

fica mais um episódio engraçado - de como se trocou o grego e o troiano - e nenhum nele conseguiu entrar...




Planta de Villalobos - 1691


Planta de Villalobos - Detalhes das portas da S. Estevam Original - tal como se vê nos CIMENTOS a Norte do Edifício da S. Estevam actual (corpo da Abadia do Bom Jesus)





S. estevam - Linha ORIGINAL - antes de ser TRANSFERIDA para localização diversa
Porta SUL - tal como consta no registo de VILLALOBOS de 1691


Porta Sul - Detalhes dos PILARES


Visão desde ESTE - detalhes do Início da Ábside quadrangular

Parede SUL - até início de Ábside quadrangular


Parede SUL - detalhe dos FUNDAMENTOS



Parede SUL - Detalhe até início de Ábside quadrangular



Parede SUL - até Início de Áside Quadrangular

Detalhe das FUNDAÇÕES - parede Sul



Parede SUL - detalhe junto a PORTA


Termo - face OESTE - junto a porta onde se realizou ESCAVAÇÃO em busca de Necrópole

As perguntas para as PRÓXIMAS EDIÇÕES:

Onde pára a PAREDE NORTE deste igreja?

Qual a origem da igreja de S. Maria dos Anjos 
(com duas medidas de Côvado e duas pedras de consagração)

Qual a origem da igreja "Da Misericórdia"?
(não existente na planta de Villalobos de 1691, mas é alegadamente "construída" no Séc. XVI)

Onde para N. S. da Oliveira - a capela ORIGINAL de Valentia?

Qual a data REAL de alocação do Marco Miliário da Vila? 
Será efectivamente o séc. XVII ou temos EVIDÊNCIA do contrário?... e se tal - porquê a confusão?

Qual a origem do CRUZEIRO da Vila? 
Será o que - alegadamente existe - no mapa de Duarte D'armas do Séc. XVI?
E se sim - que faz a FONTE da VILA - no lado Nordeste?...

Onde se enquadrava ORIGINALMENTE a atalaia fortificada de Valença? 
Será ORIGINAL do outeiro que conhecemos actualmente, ou haverá um enquadramento anterior?

Será o emblema de Tude - a Lua na direita - tal como consta nas pedras originais?... se sim - quais as três estrelas, que se encontram do outro lado do rio a brilhar?...

Até Breve...

DAP