quinta-feira, 28 de março de 2013

A MISERICÓRDIA DE SANTO ESTEVAM PIV




Bênção de Santa Clara



"O senhor Todo-Poderoso vos abençoe; 

volte para vós os Seus olhos misericordiosos,

e vos dê a Sua paz! Amém.


Derrame sobre vós as Suas graças em abundância,
e no céu vos coloque entre os Seus santos! Amém.

Que o Senhor esteja sempre convosco,
e que vós estejais sempre com Ele! Amém"



Assim, depois de DISCERNIR as várias CONFUSÕES 
(como a que se fere de seguido, confundindo a Igreja de S. Estevam com a Igreja Matriz de S.tª Maria dos Anjos - autoria esta do próprio Município):

Igreja Matriz de Santo Estêvão | Igreja Matriz de Valença





Passamos a EXPLORAR a verdadeira DIMENSÃO do que até agora apenas foi IMPLICITAMENTE abordados nos vários posts relativos às incongruências da nossa história.



De forma sumária, ILUSTRAMOS a exposição que se pretende ( a da história "perdida" da NOSSA ABADIA FRANCISCANA), através da aproximação gradual às entidades, contexto e pessoas que - essas sim - FORAM SERES HUMANOS REAIS, NUM CONTEXTO PARTICULAR, NESTA NOSSA TERRA.

Assim, vamos à descrição sumária do que implica a vida de uma irmã Clarissa de clausura (curiosamente, existindo instituição gémea, na gémea cidade de Tude - como há o Tuido em Valença - e muitos outros temas de interessa na nossa história anterga, sobretudo por motivo da permissão de entrada das linhagens Almorávides aquando do governo Suevo-Visigodo dos nossos ancestros - estes serão temas dos próximos posts).

Assim, e utilizando fonte eclesiástica gerida na PRIMEIRA PESSOA, vejamos o que nos conta uma IRMÃ de congregação afim de LISBOA:



"A Ordem de Santa Clara é contemplativa e vive a clausura. As religiosas vivem um dia de oração intensa, no qual são recordadas as necessidades da Igreja e do mundo.



Há sempre a ideia que as irmãs contemplativas apenas rezam… Ou fazem outros trabalhos?

MJ -  Eu costumo dizer que “só caminha quem está parado”, é uma contradição. Caminhar na vida não significa andar com os pés, avançar só se consegue quando se pára. A vida contemplativa é um caminhar parado. Há outra dimensão: ao estarmos de joelhos, os nossos joelhos dobrados são a força de muitos pés a andar, isto quer dizer que continuamos a andar nos pés de muita gente, carregamos as dores, as alegrias, as esperanças de todos um povo.

Contemplativos somos todos, é um dom, uma pequena semente que está no coração de todos. Lá por eu estar na vida contemplativa não quer dizer que seja detentora do grande dom da contemplação. O facto de estar em clausura é fazer parte deste corpo místico de Cristo em que todos somos necessários, os que trabalham e os que rezam, e as duas partes complementam-se e é necessário uma graça para ambos. Ninguém trabalha isoladamente, porque o grande segredo da Igreja é a comunhão. Vivemos uns para os outros e neste espírito de oração.

Os contemplativos também caminham, mas de uma forma diferente, mas somos o motor. Precisamos dos irmãos da vida activa porque eles são o conforto da nossa oração e é muito bonito estarmos a rezar e ouvirmos falar dos frutos de lá de fora. Assim como quando há sofrimento, os irmãos saberem que há irmãs que estão em contínua oração por eles, andamos assim com todos os irmãos. Não gosto de separar a vida activa e contemplativa, porque activos somos todos mas também podemos ser todos contemplativos. Ninguém está parado…

Como é a comunidade das irmãs clarissas de Lisboa?
MJ -  Somos 8 irmãs. Costumo dizer que para o nosso tempo já é muito! Há trinta anos atrás 8 irmãs seria pouco, eram comunidades grandes. Não é uma situação alarmante, não nos devemos preocupar porque tudo isto pertence a Deus e se não há vocações não deve ser visto como algo grave. Se as pessoas querem viver de outra forma o nosso dever é respeitar, porque cada um de nós assume as consequências da sua própria vida. Oito irmãs parece pouco, mas o pouco para Deus é muito!"

FONTE: AGÊNCIA ECCLESIA (entrevista a uma irmã Franciscana Clarissa de Clausura)

Não sendo o autor deste blogue particularmente "adepto" das equipas de fé (dado que é uma característica humana UNIVERSAL - a fé - que as religiões parecem ter monopolizado - traduz o foco de atenção em algo positivo inerente à HUMANIDADE em GERAL

a tendência natural a melhorar-se partindo de uma base alicerce de pendor harmonioso),



Assim, o autor, não entende como um caminho pode ser - simultâneamente:


 "Universal"
católico
e
"Romano"

adscrito a um ESTADO e uma HISTÓRIA concretas, que não a de TODOS OS OUTROS POVOS, CULTURAS OU FORMAS de VIVENCIAR essa mesma UNIVERSALIDADE HUMANA e TRANSCENDENTE.

Tendo encontrado as mais diversas pessoas "de acto e vivência plena e coerente" - sendo estes "enviados" a todo aquele que os encontrar (apóstolos) e com eles partilhar a


 PLENITUDE e COERÊNCIA de estar e ser HUMANO de PLENO DIREITO

LIVRE 


- de acordo com a mensagem de
 "boa nova" - "evangelho":


vivendo na confiança, no bem fazer e sem temer aquilo que entendemos como "morte" e os seus subtis derivados



 - o medo, a dúvida e a falta de crença positiva na vida e o seu sentido intrínseco.

Estes seres - HUMANOS - existem: desde a montanha de Timor Leste ainda não "evangelizada" (pois já vivem a "boa nova" sem que ninguém lhes tenha dito nada que já não VIVENCIASSEM), até ao vários PEREGRINOS deste caminho que chamamos "viver":


- com os que partilhamos o espaço e tempo e com os que somos - 

ÓBVIAMENTE 

Irmanados...

pelo simples facto de estar 

HUMANOS 

(logo - gerados pelo mesmo princípio universal que tudo harmoniza e sincretiza - por muito que a mente obtusa tenha dificuldade em assumir a sua LIMITADA função de DEFINIR e CIRCUNSCREVER um TODO MAIOR do que É PARTE INTEGRANTE).

Assim sendo, e com todo o gosto de me irmanar com todo e qualquer ser humano que partilhe os mesmos valores UNIVERSAIS, que promovem a vida e o seu SENTIDO e que caminhem trilhos de virtude demonstrada com FRUTOS de coerência, verdade, harmonia e integração, caminho desde faz alguns anos o Primeiro Itinerário Cultural Europeu: 

a via láctea ou estrada de santiago, vista desde o seu prisma concreto no Caminho de Santiago que circula pelas mais diversas vias de acesso até à província da Corunha, na Capital da Região Autonómica da Galiza: 

Santiago de Compostela.

Durante esse caminho de Santiago, que recorro com a frequência que vida me permite, enquando percorro as veredas que trazem desde os Pirinéus, ao passar pela Cidade Leão (com um dos mais belos Panteões Reais que já vi)



 acostumo a pernoitar no refúgio para peregrinos que existe nas instalações anexas ao convento de clausura. No desenvolvimento da LITURGIA DAS HORAS, os peregrinos são convidados a participar com a comunidade na celebração das VÉSPERAS. 



Nestas, os peregrinos são preparados para responder na oração comum e - ocupando o centro da capela anexa -  partilham o mesmo espaço que as irmãs, MAS SEPARADOS POR GRADEAMENTO que rodeia a estrutura central que RODEIA AS IRMÃS....

Tendo OBSERVADO esta dinâmica várias vezes,muito me espantou verificar que a nossa "IGREJA" de S. Estevão, está GRADEADA de forma similar, separando as ALAS LATERAIS e o ALTAR MOR do CORPO PRINCIPAL onde se encontram os bancos para os assistentes.

Porque teria uma igreja paroquial GRADEAMENTOS a separar as laterais e o altar mor? 

(este altar era normal estar separado do público por um portão, até à entrada em vigor do concílio vat. II que retirou esta separação a partir de 1963-64);

Assim, tal não é o ESPANTO, ao DESCORTINAR que, a "IGREJA" de S. Estevão CONTÉM a mesma ESTRUTURA de GRADEAMENTO, atempadamente CORTADA, mas que - no entanto - mantém as suas BASES nas paredes de granito onde se encontrava FERRADA:



parede lateral  - direita - primeira série de colunas orientada para altar mor


detalhe: marcas de ferragem ainda com elementos de FERRUGEM na parede

ALTAR MOR - ambão - ferragem e marca posterior de cimento de cobertura


detalhe: ferragem coberta de cimento e ferrugem detrás do anjo da direita - frente à capela do Santíssimo

ferragem coberta de cimento e ferrugem detrás do anjo da direita - frente à capela do Santíssimo



ferragem e zona de ferrugem - coluna da capela do santíssimo

                        
                                    detalhe: ferragem e zona de ferrugem - coluna da capela do santíssimo


                        detalhe: ferragem  - coluna da capela do santíssimo - lado da sacristia

                                 ferragem  - coluna da capela do santíssimo - lado da sacristia


detalhe: coluna lateral - lado da capela do santíssimo - ferragem e ferrugem


                            coluna lateral - lado da capela do santíssimo - ferragem e ferrugem


coluna lateral direita - frente ao sagrado coração de Jesus - ferrugem


coluna posterior - lado direito do corpo da "IGREJA" - ferragem coberta a cimento e ferrugem anterior



ferragem baixo púlpito - lateral direito do corpo da "IGREJA"



detalhe: ferragem baixo púlpito - lateral direito do corpo da "IGREJA"


ferragem coberta a cimento - lateral esquerdo- topo frente a capela de pia baptismal


ferragem baixo pulpito esquerdo - zona de N. Senhora de Fátima



ferragem coberta a cimento - coluna posterior - lateral esquerdo - entrada da "igreja"



ferragem e zona de ferrugem junto a ambão - lateral esquerdo do altar mor

Esta estrutura, descreve um rectângulo, cobrindo os corredores laterais da capela do santíssimo e da capela da pia baptismal - limiitando na sua fronte, o acesso ao altar MOR.

Assim os SECULARES, ocupavam o CENTRO (atuais bancadas da zona central) estando as irmãs colocadas nos laterais e zona de altar mor - por onde têm PORTAS DE ACESSO para a zona anteriormente dedicada à ABADIA, antes da sua desconfiguração e RELOCAÇÃO do CORPO da ESTRUTURA no que actualmente interpretamos como "IGREJA de S. Estevão.

Dito isto, falaremos no próximo capítulo, da localização da HUMILDE IGREJA de S. Estevão ORIGINAL e entraremos nos detalhes que ENVOLVEM o que conhecemos actualmente como "IGREJA MATRIZ" e a sua estranha parelha - a IGREJA "da MISERICÓRDIA".

Deixamos apenas no ar a coincidência GEMELAR - entre a ABADIA FRANCISCANA de TUDE e VALENTIA e a MESMA IMAGÉTICA das IGREJAS de MISERICÓRDIA de AMBAS as LOCALIDADES.

Saúdo Fraterno

DAP

quarta-feira, 27 de março de 2013

A MISERICÓRDIA DE SANTO ESTEVAM PIII

"E tornou a enviar um terceiro capitão de cinqüenta, com os seus cinqüenta; então subiu o capitão de cinqüenta e, chegando, pôs-se de joelhos diante de Elias, e suplicou-lhe, dizendo: Homem de Deus, seja, peço-te, preciosa aos teus olhos a minha vida, e a vida destes cinqüenta teus servos.
Eis que fogo desceu do céu, e consumiu aqueles dois primeiros capitães de cinqüenta, com os seus cinqüenta; porém, agora seja preciosa aos teus olhos a minha vida.
Então o anjo do SENHOR disse a Elias: Desce com este, não temas. E levantou-se, e desceu com ele ao rei." 

2 Reis 1:13-15


Assim, temos que: 

não havendo um incêndio declarado na Igreja de S. Estevam - que tivesse queimado até às estruturas mais internas - será difícil justificar (e enquadrar tanto incêndio estranho na nossa pacata terra):



Janela sudoeste: queimada na sua vertente superior esquerda - vista do INTERIOR;

Detalhe da janela com superfície queimada e lavada;

Pensemos agora um pouco:

- que faz um NICHO - típico de um ENTERRAMENTO - na parte de trás de uma igreja paroquial moderna?... 

e que nos conta esse nicho? 

(além de que - ÓBVIAMENTE - o ENTERRAMENTO ORIGINAL FOI REMOVIDO PARA PARTE INCERTA):




Nicho da entrada Oeste - esquerda - zona queimada assinalada a NEGRO I



Nicho QUEIMADO- zona ampliada - I



Nicho QUEIMADO- zona ampliada - II

Teremos alguma resposta na nossa MATRIZ?

De certo que - olhando para a planta da fortaleza por Villalobos, de 1653 - vemos que a MATRIZ é uma mera CAPELA de estrutura QUADRADA que em nada se enquadra na sua descrição como:

"Igreja desenvolvida longitudinalmente em nave e capela-mor rectangulares, com capela adossada a norte, Capela das Carlas, e corpo servindo de capela e sacristia adossado a sul, bem como a torre. As coberturas são escalonadas a duas águas."


Viria a ser parecida a esta descrição, mas - apenas - a partir de 1766. Quanto do seu património não viria de outras FONTES é algo que nos interrogamos.

Independentemente de tudo o que se puder assinalar, a sua humilde condição e a ausência da capela da misericórdia (supostamente do séc XVI) chamam a atenção do observador menos precavido:

planta militar de Villalobos de 1653 - assinalam-se a IGREJA ORIGINAL de S. Estevão, a Igreja (ou capela conventual) da abadia Franciscana do Bom Jesus de Valença e a CAPELA ocupando o terreno actualmente OCUPADO pela IGREJA DA MISERICÓRDIA e a MATRIZ de St.ª Maria Dos Anjos

Evoluíndo nos preceitos até agora expostos, chama a atenção o NICHO da capela das Carlas (ou da N. Sr.ª do Pranto), alocado na parede Norte desta mesma EXTENSÃO da igreja original.

De facto - observando com a devida atenção - denota-se que o mesmo não integra as pinturas originais quinhentistas nem se encontra alocado de raiz tanto na moldura da parede como no chão. 

Quem a figura sedente, paramentada como FREIRA, em NICHO RETIRADO do LUGAR ORIGINAL (como se verifica pelas FERRAGENS LATERAIS parcialmente visíveis nesta foto) 

Nicho da CAPELA das CARLAS (ou da N. Sr.ª do Pranto) Igreja de Stª Maria dos Anjos


Que faz a figura de uma FREIRA em enterramento FORA DE LUGAR, é um mistério, se não tivermos em conta, a ABADIA das CLARISSAS FRANCISCANAS do BOM JESUS de VALENÇA (que vestem de forma semelhante) já referida, a distribuição do PATRIMÓNIO AVULTADO da mesma entre as várias INSTITUIÇÕES CIVIS, MILITARES E RELIGIOSAS da época, e a sua misteriosa desaparição de registo:

 a não ser os parcos doces conventuais "borrachinhos de Valença" e o documento até agora referido relativo ao grande INCÊNDIO que destruiu as suas instalações em 1754.

Daqui temos que:


Zona queimada por DETRÁS do anjo direita do altar MOR I


Zona queimada por DETRÁS do anjo direita do altar MOR II

E que dizer dos DOIS PÚLPITOS, para falar ao povo?


pedra da escadaria queimada - púlpito lateral direito (sagrado coração de Jesus) I


pedra da escadaria queimada - púlpito lateral direito (sagrado coração de Jesus) II



pedra da escadaria queimada - púlpito lateral direito (sagrado coração de Jesus) III


marcas de chama na pedra de toque:  púlpito lateral direito (sagrado coração de Jesus) I


marcas de chama na pedra de toque:  púlpito lateral direito (sagrado coração de Jesus) II


Pode começar a fazer CONTAS e ver... tirar as suas PRÓPRIAS CONCLUSÕES e CRER...

Nem por dados a despojos jogados debaixo da cruz, nem por fé cega quando se procura ver o que se procura: 

por simples CONSTATAÇÃO

Valença do Minho esconde um PATRIMÓNIO CULTURAL a TÍTULO ESPIRITUAL que foi delapidado para PREJUÍZO de nós todos - VALENCIANOS - aqui nascidos, criados, com direito à verdade da terra e património legítimo da nossa geração.

Dito isto - espera-se que algo MUDE - na forma como nos vemos e interpretamos, à luz da RIQUEZA HISTÓRICO-CULTURAL que a nossa CIDADE ALBERGA e o muito que representa ao longo dos tempos (tal como teremos oportunidade de acompanhar nos sucessivos episódios que se pretendem relatar neste espaço virtual)

Saúdo Fraterno

terça-feira, 26 de março de 2013

A MISERICÓRDIA DE SANTO ESTEVAM PII



"E no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro.


Correu, pois, e foi a Simão Pedro, e ao outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram."
João 20:1-2




A Primeira... a "anunciar" a boa nova... mesmo à revelia dos onze que nela não acreditaram... Maria... a da Torre... a da casa do Pão... a exaltada... sendo humilde e humilhada... a que se ergueu do pó...

Continuando o périplo pela(s) história(s) deValentia, analizemos um pouco mais o que implicava uma abadia, quais a s atribuições das ABADESSAS e quais os paramentos, vestes e símbolos habituais entre elas... compreenderemos assim melhor a história de Valença... a que - a mim e a ti - nos TIRARAM.



Os abades têm direito a usar brasão de armas segundo as regras próprias da heráldica eclesiástica. O Abade apõe ao seu brasão o capelo negro de 12 borlas e o báculo abacial (difere dos báculos episcopais devido a ter um lenço preso no topo). 





Já o Abade Territorial apõe ao seu brasão o capelo verde de 12 borlas (próprio da dignidade episcopal, pois tal como os bispos também os abades territoriais administram uma circunscrição territorial) e o báculo abacial.





BÁCULO ABACIAL
FONTE: WIKIPÉDIA


Abadessa é um cargo religioso de primeira dignidade numa comunidade de religiosas que se divide em várias formas.

Assim termos: a abadessa geral, aquela cuja autoridade se estendia a todas as abadias da mesma ordem e a abadessa secular, aquela a quem era dado o governo temporal de uma paróquia com obrigação de apresentar ao bispo do lugar um sacerdote idóneo para curar as almas. Assistia e parece que por vezes presidia às assembleias eclesiásticas.

As abadessas eram electivas, havendo abadessas perpétuas eleitas para mandatos vitalícios.


Abadessas: Modelo de BÁCULO
FONTE: WIKIPÉDIA


Cadeira "episcopal" com BÁCULO de ABADE(ssa)
Igreja de S.to Estevão - VALENÇA do Minho

mitra (do grego μίτρα: cinta, faixa para a cabeça, diadema) é uma insígnia pontifical utilizada pelos prelados da Igreja Católica, da Igreja Ortodoxa e da Igreja Anglicana, sejam eles: abades, bispos, arcebispos,cardeais ou mesmo o Papa. A mitra é a cobertura de cabeça prelatícia de cerimônia.




Báculo e Mitra: abadia ou episcopado?

Vamos ESCLARECER se - EFECTIVAMENTE - as ABADESSAS usavam A MITRA e o seu BÁCULO com forma PRÓPRIA e LENÇO

Detalhe de CORTE baixo MITRA


"A primeira concessão de uma mitra a um abade data do ano 1063, quando o Papa Alexandre II concedeu a mitra ao abade Egelsino, na Abadia de Santo Agostinho, em Cantuária. Desde então as concessões aos abades foram aumentando até se generalizarem."

"O direito de usar a mitra pertence somente ao papa, aos cardeais, aos bispos e abades. Porém houve alguns privilégios a prelados menores como dignitários de cabidos, prelados da Cúria Romana, e Protonotários Apostólicos, porém este uso era bem limitado. 

A mitra chegou a ser permitida ainda às abadessas de mosteiros femininos."

FONTE: WIKIPÉDIA


Dito isto, tendo em conta que não houve cadeira episcopal em Valença - pois os cónegos renegados de Tui, no cisma dos papas de Avigñon, nunca foram eles mesmos ordenados como bispos: 

Ficando apenas esta simbologia RESTRITA A ABADES (não houve ABADIA MASCULINA em Valença), apenas nos resta AFIRMAR que a cadeira ABACIAL PERTENCE, sem margem para DÚVIDAS - a UMA ABADIA FEMININA

a única que houve em Valença e que foi DELAPIDADA dos seus bens e insignias após o já DOCUMENTADO INCÊNDIO de 1754.


No terceiro capítulo analizaremos em pormenor, o "misterioso" incêndio que alastrou por toda Valença em 1754.