Lendo a INSPIRADORA OBRA do Major Alberto Pereira de Castro, na sua página 288 encontramos:
"a Casa do Concelho tinha estado noutros locais (...) e só na década de 30 do Séc. XVIII passaria para o edifício agora em análise."
Mais à frente lemos: "Esta transferência deve ter-se dado a partir de 1731, pois em 14 de Julho desse ano, a reunião da Câmara é feita nas «casas de audiência do juízo eclesiástico que serve de Casa da Câmara por não haver paso do Concelho»".
Sabemos que a esfera armilar se encontrava sobre a entrada do lado Norte (hoje inexistente) e que posteriormente se transferiu para a entrada de poente.
Após os aluimentos acontecidos em 1835 - que desfiguraram o edifício e lhe levaram a sua parte Norte (entrada Principal) resulta difícil conceber um ORATÓRIO de raiz ai existente.
O autor interroga-se acerca da natureza do mesmo e justifica a questão com a Igreja de S. Sebastião (que será tema de próximo capítulo, dado que a actual nada tem a ver coma estrutura românica modesta que deu origem ao nome e o seu enquadramento é ainda um mistério) e o acesso deste nosso famoso rei a um edifício de oração simples e próximo.
Depois questiona-se acerca do que justificaria a EXISTÊNCIA de uma casa de AUDIÊNCIA DO JUÍZO ECLESIÁSTICO e - talvez por suas ligações mais "pragmáticas" se tenha virado para os "reis" quando enumera com algum acerto, as várias INSTITUIÇÕES RELIGIOSAS existentes DENTRO DO PERÍMETRO das muralhas no Séc. XVIII assim como as várias existentes nos arredores e que, sendo autónomas na sua gestão, apenas eram SUPERVISIONADAS pelo ARCEBISPO de BRAGA.
Ora - se retirarmos um certo revanchismo neo-liberal existente nas nossas muralhas (que deslocou as ordens religiosas para aquartelamento de efectivos militares - algo que, enfim, resultou da secularização acelerada pela revolução Francesa e cujas feridas tão bem sangramos como povo) e não dermos muitos ouvidos (ainda) à intervenção das guerras liberais nesta nossa terra - a bem da imparcialidade e com um pequeno SENTIDO CRÍTICO, basta olhar para cima e ver quem frequentaria as ditas moradias nas suas FREQUENTES VISITAS para INSPECÇÃO e RESOLUÇÃO de PROBLEMAS nas COMUNIDADES RELIGIOSAS - intra e extra muros - responsabilidade da Diocese de Valença (que - lembremos - foi cadeira sinodal-colegial aquando da sua anexação a Ceuta):
(Oliveira, 1978: 98). A partir desta data (1514) , a comarca de Valença ficou sujeita à Sé de Braga que nomeou um vigário geral com jurisdição em 32 igrejas (Idem, ibidem).
A igreja passou a catedral e pelo Memorial feito em tempo de D. Manuel de Sousa (1545-1549) foi ‘avaliada em 140 mil réis fora a terça do concelho e a do arcebispado’ (Costa, 1981: 197).
tema de próximo capitulo da história em paralelos de Valença -
RODRIGO DE MOURA TELLES - A QUINTA DA MEMÓRIA: 1704 A 1728
Filho de Luísa de Castro e Moura
(Histórico e fonte em link - clicar)
De 10 de Março 1704 até à sua morte em 1728 foi arcebispo de Braga.
Muito naturalmente, o seu brasão poderia estar anexo ao cabildo da Colegiata de Valença ao longo das suas várias visitas:
Braga - brasão episcopal dos Moura - CONVERTIDAS - Congregação de Maria Madalena (ruínas)
Assim, como síntese das visitas regulares dos Arcebispos a Valença e suas estruturas eclesiásticas anexas:
SUBSUBSÉRIE 01.01.08: Valença (1ª e 2ª parte ordinária)
ÂMBITO E CONTEÚDO: Fazem parte da 1ª parte ordinária de Valença 22 igrejas dos concelhos de
Viana do Castelo, Caminha, Ponte de Lima, Arcos de Valdevez, Vila Nova de Cerveira e Paredes
de Coura; da 2ª parte, 30 igrejas dos concelhos de Arcos de Valdevez, Melgaço, Valença e
Monção com os conventos de Monção e Bom Jesus de Valença.
DIMENSÃO E SUPORTE: 36 livros e documentos
Exemplo da Intervenção do Arcebispo Moura Telles na mobilidade das irmãs do mosteiro de S. Bento de Monção (clicar para fonte):
Penha Franca- Braga
(Brasão com nó de Bispo e dupla cruz de arcebispo)
É esta situação, aliás, que pretende explicar o “Livro de Eleições de Abbadeças do Mosteiro de S. Bento de Monção”, 1633, que, em 1713, por ordem do Arcebispo de Braga, D. Rodrigo de Moura Teles, se instalaram no mosteiro novo de Barcelos. Sobretudo depois do Concílio de Trento (1545-1563), os Bispos diocesanos, por si ou por seus delegados, é que visitavam os mosteiros das beneditinas e presidiam às eleições das abadessas, cujas funções eram trienais, e cujo cargo apenas era reconduzível duas vezes seguidas.
Tudo isto se depreende claramente dos livros de visitação de qualquer mosteiro de beneditinas, e
que nós conhecemos bem para o caso do mosteiro beneditino de Santa Escolástica de Bragança,
mosteiro de fundação quase contemporânea ao de Moimenta da Beira.
pg394
Largo do Passo - Braga
(Brasão com nó de Bispo e dupla cruz de Arcebispo)
Visitas do arcebispo e seus inquiridores - apenas no respeitante à questão das Irmãs de Monção(clicar para acesso a fonte) :
PT/ADB/DIO/MITRA/CD/01.01.08/169 169 [Petição da Abadessa do Mosteiro
de Monção]
séc.X
VII
PT/ADB/DIO/MITRA/CD/01.01.08/169A 169A Inquirição que o Arcebispo D. João
Afonso de Meneses tirou de certos
testemunhos da Galiza, para
averiguar as freiras dos Mosteiros
de S. Bento em Monção sobre um
caso sucedido
1587
PT/ADB/DIO/MITRA/CD/01.01.08/169B 169B Auto que se fez acerca da visitação e
clausura do Mosteiro de S. Bento,
Monção
1587
PT/ADB/DIO/MITRA/CD/01.01.08/169C 169C Visitação que o Arcebispo fez no
Mosteiro de Nossa Senhora da
Conceição, da ordem de S. Bento
1584
PT/ADB/DIO/MITRA/CD/01.01.08/169
D
169D Visitação às religiosas de S. Bento
em Monção
1600
PT/ADB/DIO/MITRA/CD/01.01.08/169E 169E Testemunhos das freiras do
mosteiro de S. Bento e Monção
1600
Madalenas Convertidas - Braga
(brasão de Bispo)
(brasão de Bispo)
Lista de Visitas do Arcebispo de Braga a Valença (como consta em arquivo da Sé de Braga -Fonte em anexo - clicar):
VISITAS DO ARCEBISPO de BRAGA a VALENÇA (total das igrejas que se descreve acima);
PT/ADB/DIO/MITRA/CD/01.01.08/170 170 Carta de visitação do Arcebispo de
Braga às religiosas de Valença do
Minho
1576
PT/ADB/DIO/MITRA/CD/01.01.08/171 171 Visitação que fez o Arcebispo no
Mosteiro do Bom Jesus de Valença
1584
PT/ADB/DIO/MITRA/CD/01.01.08/172 172 [Termos da visitação feita no
Mosteiro do Bom Jesus de Valença]
1600
PT/ADB/DIO/MITRA/CD/01.01.08/173 173 Auto e sumário pelo Arcebispo feito
no Mosteiro do Bom Jesus de
Valença
1604
PT/ADB/DIO/MITRA/CD/01.01.08/174 174 Devassa tirada no convento do Bom
Jesus de Valença
1743
PT/ADB/DIO/MITRA/CD/01.01.08/175 175 [Auto e Devassa tirada por decreto
do S.A. no convento do Bom Jesus
de Valença]
1747
PT/ADB/DIO/MITRA/CD/01.01.08/176 176 Devassa da visita que por especial
provisão do Arcebispo D. Gaspar de
Bragança, se tirou no convento do
Bom Jesus de Valença
1760
PT/ADB/DIO/MITRA/CD/01.01.08/177 177 Devassa tirada no convento do Bom
Jesus de Valença por ocasião da
visita do Arcebispo D. Gaspar de
Bragança
Chafariz dos Castelos - Braga
Lista das Instituições religiosas dos arredores sujeitas a visitação regular do Arcebispo e seus Inquiridores:
Colegiata de S. Estevam - Valença - 1467-1888
Convento de Mosteiró - Valença - 1802-1865
Convento da Nossa Senhora da Misericórdia ou Santa Clara - Caminha - 1554-1888
Convento de S. Francisco de Jesus - Monção - 1571-1820
Convento de S. Paio do Monte ou dos Milagres - Cerveira - 1615- 1854
Convento Bom Jesus Valença - 1534-1796
Mosteiro de S. Salvador de Ganfei - Valença - 1708-1836
Porta do Bom Jesus - Brasão dos Moura -
Cruz de Arcebispo Nó episcopal - Braga
Cruz de Arcebispo Nó episcopal - Braga
Catedral de Tui - Claustro
Fidei d'Amor: Marc 1:6-9
E ainda - sem ligações - o convento de S. João de Deus, com capela junto às ATUAIS portas do Sol e que foi destruído por misteriosa explosão na suposta ocupação Francesa das tropas de Soult em Abril de 1809;
(tema de próximo capítulo deste blog)
Os próximos temas a desenvolver serão:
As portas do Sol - única entrada da fortaleza sem brasão - mistério por resolver - desde a reedificação das cortinas de S. Francisco com data de 1817 e glorioso Brasão a Condizer, dado que o local onde estava colocado permanece aberto com três orifícios de encaixe - que aconteceu ao BRASÃO? Histórias da nossa praça;
A Primeira Igreja - S. Pedro e suas derivadas:
Stº Estevam (estrutura Românica intramuros) - onde está?
St.ª Maria (pertencente à estrutura medieval inicial e depois deslocada) - onde se encontra?;
O Mistério das Igrejas e conventos -desde o Bom Jesus à Colegiata;
Mistérios de D. Sebastião: onde pára a capela extra-muros do mesmo nome?
Mistério da Fonte de S. Vicente: como acontece que uma escadaria interminável se transforme numa poça;
Mistério do Marco miliário - como aparece em 1680 intramuros estando extra-muros até ao séc. XX?
Onde pára a Via Romana que servia de ligação militar a Astorga (outros falam de Santiago) - muitas barcas e poucas pontes para os legionários;
O mistério das capelas do senhor dos passos:
Porquê apenas cinco se os passos são:
- Estação: Jesus é condenado à morte
- Estação: Jesus carrega a cruz às costas
- Estação: Jesus cai pela primeira vez
- Estação: Jesus encontra a sua Mãe
- Estação: Simão Cirineu ajuda a Jesus
- Estação: Verônica limpa o rosto de Jesus
- Estação: Jesus cai pela segunda vez
- Estação: Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
- Estação: Terceira queda de Jesus
- Estação: Jesus é despojado de suas vestes
- Estação: Jesus é pregado na cruz
- Estação: Jesus morre na cruz
- Estação: Jesus morto nos braços de sua Mãe
- Estação: Jesus é enterrado
E muitos mais enigmas interessantes para despertar a sede de se ser VALENCIANO com CONHECIMENTO de causa e raízes no seu Ser;
Até breve;
DAP