sábado, 23 de março de 2013

A Misericórdia de Santo Estevam PARTE I

 "(...)Então pregaram-no na cruz. E jogaram dados para ver quem ficaria com as suas roupas."
Marcos 16:22-24




Planta MILITAR - Manuel Villalobos: 1691

A Igreja Colegiada de Santo Estêvão de Valença pertenceu, sucessivamente, à diocese de Tui, à comarca de Valença (1381) ao bispado de Ceuta, e ao arcebispado de Braga (1514). 

Em 1381, Afonso Anes, Álvaro Gonçalves, Martim Barreiros, e muitos outros cónegos fixaram-se em Valença do Minho, deixando a Sé de Tui. 

Em 1396, D. João Garcia Manrique foi nomeado administrador da diocese de Coimbra e de Tui. 

Em 1398, a 17 de Outubro, o arcediago João Nunes era vigário geral na administração eclesiástica de Valença. 

A Colegiada de Santo Estêvão de Valença foi fundada por D. João Garcia Manrique, juntamente com os cónegos residentes em Valença, aos quais se juntaram também os arcediagos de Cerveira e de Labruja servindo as suas conezias como tinham feito outrora em Tui. 

Em 1411, a 9 de Janeiro, foi nomeado o cónego Afonso Gonçalves, para preenchimento da vaga deixada por morte do seu antecessor Gonçalo Roiz. 

Em 1413, a 20 de Outubro, Nicolau de Lapis, núncio e colector geral em Portugal e no Algarve, absolveu a Colegiada da demanda movida pela Câmara Apostólica. Tinha nesta data quinze membros. 

Em 1455, a 21 de Novembro, D. Inês Barbosa renunciou ao Mosteiro de Santa Maria de Valboa, unindo-o ao mestre-escolado da Colegiada. 

Em data desconhecida a freguesia de Santo Estêvão de Valença foi anexada ao chantrado da Colegiada. Fernão Roiz renunciou à freguesia, solicitando junto de D. João Ferraz a desanexação, dada a impossibilidade de acumular cargos. 

Em 1473, a 23 de Junho, a pedido da Colegiada, D. João Ferraz uniu a freguesia à sua mesa capitular. 

Cerca de 1520 a Colegiada tinha quatro dignidades: chantre, mestre-escola, tesoureiro, sub-chantre e doze cónegos. 

Em 1530, a 28 de Julho, D. Diogo de Sousa estabeleceu novos estatutos, provavelmente, movido pela necessidade de resolver o absentismo dos membros da Colegiada no coro, de os fazer seguir a liturgia bracarense e de suprir a falta dos livros necessários. 

Em 1551, a Colegiada tinha vinte e duas conezias incluindo o chantre, o subchantre, o mestre-escola e o tesoureiro. A este juntou-se o arcediago de Valença embora não tivesse renda nem prebenda. 




Planta MILITAR - Manuel Villalobos: 1691

Em 1758, mantinham-se as mesmas quatro dignidades, com oito cónegos presentes e um em Lisboa. 

A igreja de Nossa Senhora da Purificação de Grade era vigairaria da apresentação do tesoureiro da Colegiada. 

Em 1834, com a extinção dos dízimos, a Colegiada teve dificuldade em se sustentar. 

Em 1845, tinha quatro cónegos. 

Após a extinção das colegiadas pela Carta de Lei de 16 de Junho de 1848, Instrução do cardeal patriarca de Lisboa, de 17 de Setembro, publicada no Diário de Governo n.º 127, e Decreto Regulamentar de 27 de Dezembro de 1849, só foram conservadas as colegiadas insignes de São Martinho de Cedofeita, de Nossa Senhora da Oliveira de Guimarães, de Santa Maria da Alcáçova de Santarém, da Real Capela de Vila Viçosa, da Real Capela do Paço da Bemposta, de São João Baptista de Coruche, de Santa Maria de Barcelos, de Santo Estêvão de Valença do Minho. 

Em 1862, a 3 de Dezembro, foi reconstituída por carta régia, dirigida ao arcebispo primaz de Braga, com todos os privilégios, honras civis e canónicas. 

Em 1863, a 20 de Maio, recebeu novos estatutos, aprovados em 1864, por Decreto de 17 de Novembro. A Colegiada era constituída pelo abade da freguesia, o presidente, e por sete beneficiados, um dos quais designado por chantre. 

As colegiadas mencionadas, com excepção da de Guimarães, foram extintas pelo Decreto de 1 de Dezembro de 1869, art.º 1.º. Os rendimentos e benefícios que fossem vagando, eram aplicados para sustentação do culto e do clero.


FONTE: Arquivo Nacional da Torre do Tombo

Esta é a LINDA história que se nos conta... agora vamos às ENTRELINHAS:




Planta Militar: Manuel Pinto Villalobos - 1713

Já pensou, que AS RUAS de UMA FORTIFICAÇÃO do SÉC. XVI, estavam lá ANTES de que um PRÉDIO fosse RELOCADO EM CIMA da VIA PÚBLICA por ser TÃO GRANDE (e OSTENSIVO) que NEM CABIA no ESPAÇO PARA ONDE O REMOVERAM?





Já OUVIU FALAR de ALGUM INCÊNDIO que tivesse assolado VALENÇA a tal ponto de QUEIMAR DUAS IGREJAS tão distantes como SANTO ESTEVAM e o BOM JESUS?... 




S. Estevam - porta lateral Sul - marcas de FOGO apagadas por LAVAGEM no topo e lateral. I

S. Estevam - porta lateral Sul - marcas de FOGO apagadas por LAVAGEM no topo e lateral. II

S. Estevam - porta lateral Sul - marcas de FOGO apagadas por LAVAGEM no topo e lateral. III

S. Estevam - porta lateral Sul - marcas de FOGO apagadas por LAVAGEM no topo e lateral. IV

JÁ PENSOU que AS PEDRAS DE FUNDAÇÃO - NUMERADAS - INDICAM que o EDIFÍCIO foi TRANSLADADO e REPOSTO em LUGAR que não o ORIGINAL?


PILAR Sudoeste jUNTO a PORTA I (nº "183" inf)

PILAR Sudoeste jUNTO a PORTA II (nº "183" inf)

PILAR Sudoeste jUNTO a PORTA III (nº "183" inf)

PILAR Sudoeste jUNTO a PORTA IV (nº "183" inf)


Pilar sudoeste SUPERIOR I (Nº "183")
 Pilar sudoeste SUPERIOR II (Nº 183")



Pilar sudoeste SUPERIOR III


 BASE de PORTA SUDOESTE I (nº "181")


BASE de PORTA SUDOESTE II (nº "181")

BASE de PORTA SUDOESTE III (nº "181")

Sabia que as IGREJAS CATÓLICAS seguem uma ORIENTAÇÃO que implica o ALTAR orientado para ESTE (SOL NASCENTE) e o PÓRTICO para OESTE (POENTE) - como é o caso DAS FUNDAÇÕES NO CHÃO da actual "IGREJA" de S. Estevam E NÃO a da IGREJA de S. ESTEVAM que conhece?



Planta da Muralha tal como a conhecemos nos dias de hoje - a vermelho o que podemos apreciar NO CHÃO do terreno anexo, tal como APARECE nas CARTAS de VILLALOBOS e antes de 1766

De ONDE VEIO  ESTE DIFÍCIO QUE HOJE CHAMAMOS DE S. ESTEVÃO?

QUE É FEITO DAS PEDRAS DA IGREJA ORIGINAL?

Como DESAPARECEU a IGREJA da ENTRADA da GABIARRA?

Estas perguntas terão resposta nos próximos artigos...

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