Praia Fluvial da Senhora da "Cabeça" - Valentia
Manhã de 27 de Setembro
Se
Se, o nosso rio é límpido, transparente, mágico, envolvente…
Se a nossa gente é pura… e aspira… à alvura…
Se o tempo que passa é a promessa baça – da casa – que nos
espera – se – degrau a degrau – construímos o mundo de volta ao que era…
Se – no fundo – todos caminhamos para o mesmo lar – que diferença
será a que uns vão depressa e outros devagar ?...
Se as nossas gentes são maravilhosas – de onde os
pensamentos vãos que se sobreponham às suas acções honrosas ?...
Se – aspiramos a ser felizes – de que nos vale um espelho
fino, de água – cristalino – se ao se pisar – nos faz perder no tempo sem
fundamento e neste tempo turbulento:
afundar
?...
Avenida Sá Carneiro
Junto ao Viaduto do Combóio
Semáforo Vermelho quese "eterno"
Então...
Os caminhos são os mundos que nos guiam…
...mundos
interiores, esses bem maiores,
do que aqueles que vemos nascer e crescer nas obras exteriores
– eis a razão ancestral do nosso mundo material…
S. Julião - Valentia
Antigos caminhos, veredas de peregrinos...
dos sonhos e dos destinos...
...corredoiras...
d'ouro entre os verdes pinhos...
que nos trazem os ecos antigos
de mundos vizinhos:
tão perto
como o abraço amigo
que podes dar
a um amigo
que esteja perto de ti a passar...
Sonhado..
recriado…
transformado
– pelo ato quase sagrado –
de fazer do sonho algo real…
Gerado,
estabelecido,
colocado:
– sobre pilares de fundação
que nos (e)levem de volta
ao ensejo mais profundo
(o que chamamos “sagrado”)…
som suave
- suspiro alado -
que move o mundo
e sopra em todo o lado…
latir silente da
prosa ausente
– que se ouve e se não diz…
que se ve e se não mostra…
que se
sabe e se demonstra
em cada passo que se atreve
um ser humano a dar:
– na coerência,
verdade…
devoção:
sem condição
o que anima o mundo a seguir…
em frente…
certamente...
a girar...
Coerente...
eis essa vereda antiga
– silenciosa e sempre
presente –
amiga
que convida
a que todos possamos caminhar...
poderá ser
dormente…
ou
consciente…
desperto ou a sonhar…
Assim sonhamos,
assim pensamos,
assim cremos…
assim
esperamos…
Fazemos – o que podemos – em cada momento…
este estranho sentimento que nos guia desde o eterno até ao
mundo real…
E deste
– aspirando, crescendo… caminhando – de volta ao
mundo ideal…
Círculos que se entrelaçam
e nos abraçam
e nos confrontam
–
e confortam –
de novo de volta à casa
ancestral…
Castelo de Fraião - Boivão
Valentia
Entre o Sol e o Luar
Nova terra
Novo mundo
a
Despertar
Assim:
– desimpedindo obstáculos,
recriando espaços,
solidificando
os momentos baços
– fazendo rios onde havia pântanos,
ajudando:
a mão estendendo,
entendendo
– com tempo –
o que nos dói tanto…
Essa falta de algo…
que nos espera
em todo o lado…
que grita
e berra
em cada espaço
nosso
antigo
guardado
preservado
alma de um povo
de um viver consagrado...
… subtil…
...suave…
se elevando…
brisa de Abril
Que diz
nos estar esperando…
perto…
tão suavemente perto da palavra “amando”…
e nós ainda por ouvir
entre o barulho que se vai elevando…




Sem comentários:
Enviar um comentário