Ontem as pedras da cidade foram – literalmente – Pedras de
Febre a Arder…
Foram pedras que ARDERAM... a nossa história a despertar:
– com o CALOR DOS JOVENS que
cantaram, -
e assim, em coro expressaram…
“Valença… Valença… Valença…!”
Foi um momento único…
que ecoa desde já
- e SEMPRE -
nos tempos, nestes nossos tempos...
Luz de Esperança nas sombras que se apresentam...
sino vivo vibrando entre nevoeiro...
estrela Norte e guia - nos dias -
nos que se navega num mar sem brisa...
esse foi o som que ecoou
quase, quase
até à linha de
cima
dos baluartes da vila…
quase, quase
até à gente adormecida
a que contemplava -
lá de cima
a nossa história
– VERDADEIRA vitória –
contada no coração das gentes
e no SANGUE NOVO DA TERRA
candente...
– vibrante, pulsante… vivo -
– que lá em baixo se agitava,
o que cantava –
o que, de si , queria dar mais…
Eis a nossa terra…
a tua, a minha terra…
terra dos nossos
pais…
A que eles se atreveram a cantar... recordar... despertar
(cantares do andarilho - 1968 - "Zeca" Afonso"
caía um líder e outro o celebrava)
Foram dias de ensaios
– quem contemplava os catraios –
vez
após vez a se dar…
nas noites– seguidas – frias
a ensaiar…
via o sangue que nos anima…
da gente que se fez a si mesma
– da noite para o dia –
com pulso firme e sem vacilar…
Frio e exigente desígnio:
Apresentar perante amigos e estranhos
- gregos ou troianos - hermanados
aquilo que de melhor
temos a dar:
NÓS
Nessa noite muitas ESTRELAS BRILHARAM…
cada qual sabe que estou aqui a contar…
Brilhou quem deu de si…
quando há tanta coisa...
aparente… mente…
tentadoramente
importante…
premente… para se fazer:
como ver filmes,
estar no café ou agarrado à net
– e esta
nossa gente atinou
e assim DEMONSTROU:
Mais uma vez
- os jovens mostram o caminho -
que a “maioria de idade abraçou”…
Brilhou quem
– FINALMENTE –
pegou de forma COERENTE –
na
prata da terra e a fez ouro a inflamar:
a história que estes jovens vieram contar
(além da dos “Afonsinhos,
além da dos grandes títulos, além da das lendas - que são prendas que falam de poços no deserto
quando um povo está sedento…):
é a história de TODOS NÓS:
crença e a da espr’ança
de um futuro melhor…
E eles – DISSERAM SIM!
Gostaria de que o aplauso merecido
– ecoasse de forma
intensa de pedra a pedra –
testemunho vivo…
passado...
presente...
– certamente -
glorioso destino…
Meta VÁLIDA E VERAZ A ALCANÇAR;
Gostaria que o aplauso que assim ecoasse fosse como a vida
da Praça…
- S. João ou República –
que se iluminou… com graça... simples...
Tantas noites quem passa…
pela triste e vazia praça…
sente, como ontem senti eu - simplemente:
“É ISTO! E vai acontecer… daqui a uns anos… e está já a nascer!”...
Estas NOSSAS gerações vão ver…
e ai irão entender
– NESTE DIA –
começaram eles
a FAZER HISTÓRIA
Com alegria:
vida infundida à memória,
desta
nossa Praça assim Forte...
Assim Vitória...
Nas gentes e na sua memória…
assim se honra o passado:
construindo no presente um futuro melhor…
e o futuro – neles
– é PROMISSOR;
Nessa noite o CORAÇÃO DE VALENÇA ecoou:
Vida…
A praça da nossa terra
– o centro nevrálgico dessa cidade
que todos desejamos:
É património de humanidade
pulsando com gentes que falavam,
partilhavam,
comentavam…
passos que ecoam
DA NOSSA GENTE
– GRANDE…
a tal que –
a si, assim -
ainda não se vê…
A que se sentava na esplanada,
tomava um café falando de
tudo e de nada…
Ecos que anunciam no presente…
esse futuro ridente…
que está
já a acontecer…
Esta NOSSA TERRA
– DESDE JÁ ACOLHEDORA -
– merece que a gente que aqui mora –
tenha também seu espaço de VIDA…
...EM COMUM…
(praça da República tal como se vê na Internet... falta agora que se veja VIVA - noite ou dia - com o nosso coração lá a ecoar... como aconteceu ontem... e assim pode de novo ser... basta começar a despertar)
Nas praças e na rua…
para que cada laje, cada pedra reflicta
– não apenas a história…
também AS NOSSOS HISTÓRIAS –
pulsando nelas dia a dia…
Simples memórias…
Simples alegria...
simples tristezas:
simples e grandes vitórias…
as histórias que cada pai…
cada mãe…
esteve ontem nessa
praça a contar…
OURO sobre AZUL…
VERDE ESPR’ANÇA…
VERMELHO CORAGEM
que todo o ser traz em si...
que conta sem sequer se dar conta...
(Pinheiros do Aniceto e das suas cartas de amor... pinheiros firmes de D. Dinis... Pinhos de "escuro arume arpadao" que cantas as melodias "do outro lado"... gente de dura cerviz... portas douradas... prateadas... que se abrem ao coração da gente... nas suas obras... nas suas vidas... naquilo que fazem firme com coerência... palavra, acto e vivência... verdadeiros líderes... sem anéis... cintos... ovações... pequenos operários de uma obra viva que ecoa em todos nós: portas de Sol que outrora - nos dizem - os Dragões se atreveram a nos roubar...)
aquilo que todos pudemos ver
e ouvir
e perceber…
Nesse pequeno coração contido
nas águas da fonte da Vila
reflectido…
EIS “aquilo” que esta nossa juventude começou a espalhar…
e nós – os “outros” –
… ouvimos…
e assim começamos a lembrar…
Teremos assim – cada vez mais – motivo para festejar…
Festejar o que É NOSSO
– além da posse e do material –
que é
bom e está bem quando nos dá tempo para o ESSENCIAL…
(Frente à Bomba da antiga Shell, do Sr. Torres... o "lixo" eram papelões que as crianças usavam para andar de carros de corrida última geração... ecos de memórias que o tempo não apaga - "GERAÇÕES" valencianas - ecoando - TRINTA ANOS DEPOIS...)
e sabe assim a pouco
quando estes moços e moças mostram de sí…
o que nós queremos ver por ai…
dia a
dia…
e cada vez mais…
(Jardim - que pode ser de PEDRAS VIVAS... onde havia um lago de pedras... com peixes vermelhos... que tantas vezes eu e o Sr. Loureiro navegamos - descalços... na água viva que nos viu nascer... memórias do tempo que não se vai esquecer... ontem foram as águas das pedras das lavadoiras - FONTE DA VILA DEVIDA que nos fez LEMBRAR... Coroas Verdes que o tempo não pode apagar)
Sementes de Vida e Virtude nesta Terra a germinar – seja
esse o tal “jardim” que se fez “pedras” que possam agora despertar… e florir… e
frutificar…
(estátuas de glória... do tempo e da memória - são as PEDRAS DE FEBRE A ARDER - como as gentes de Ultramar... algo que o meu Pai - regressou... para não contar... ecos das paredes vivas da terra... que os jovens vêm para regenerar... e por dentro... fazer florescer... devagar... devagar...)
Celebramos também aqueles “ocultos”…
os que estão por nós a
zelar…
os trabalhadores de silêncio que fazem este espectáculo de vida possível
possível e que poucas vezes nos lembramos de lembrar:
(ninguém os viu... e estão sempre lá... zelando e guardando nas sombras... para que todos possamos - em BEM - - BEM ESCOLHER... e assim continuar... opções - de vida - seja na luz... seja na sombra que assim nos pode ocluir... cada qual escolhe...o caminho aseguir... e aonde ir... partir... ou regressar...)
– sejam eles os pais
que determinam prioridades num mundo onde tudo parece verdade, sejam os
professores que se dedicam e entregam (e assim fez notar a “galera”) além da
hora extra - o salário que se não vê:
seja uma Ivone seja um outro - Homem – aquele que se abraça em plena praça:
com tanta personalidade que passa… para eles – os jovens –
mostrarem assim quem de valor… lembrando o seu nome para quem pôde ouvir…
o resto são as palavras do costume que – já em si – tem o
seu próprio mérito e louvor…
Os que deram de si… tantos… que nem se vêm!...
– sejam os bombeiros – que estavam lá presentes – na sombra…
branco sobre o negro da noite… encarnado
coração…
- obreiros – de seu nome – da câmara… essa que se passa e
segue… são eles… mantendo-se firmes… “labora”… quando toda a gente vai embora…
os que trabalham “na sombra” sem que ninguém lembre ou assim faça notar…
Temos as gentes – os que ficaram – depois de que os verdes
de honra passaram… lá… simplesmente… a conversar…
Gostei de ver a minha terra assim por dentro iluminada…
a nossa praça engalanada…
além dos chocolates…
além das flores…
para que veja quem passa…
Ela simples…
assim engalanada…
Vida NOSSA…
A das vozes que se reconhecem no mesmo espaço…
concentradas…
nesse centro VITAL da praça…
ecoando…
com graça…
despreocupadas…
sorrindo ou festejando…
simplesmente falando…
de tudo e de nada…
eis o poder da VIDA e das CRIANÇAS…
que fazem SINTONIA…
sem que a gente pense tanto…
deixar andar o dia a dia…
sobre as LAJES SÓLIDAS dos VALORES QUE SE ABRAÇA…
Mais uma vez – aqueles que nem as cores, luzes, fogos e
coisas tantas… baratas assim… baças…
assim comuns e assim estão bem…
Nem os “segredos” escondidos” – os que se desdobram nestas
entrelinhas… labirintos sem fim que à mente escapam… e que o coração contém…
Verdade viva… ecoando garrida – são esses os VALORES e os
FUTUROS PROMISSORES – que estes – OS
JOVENS – mostraram…
Depois… ver algo que não é só para “os espanhóis”… ver os
cafés abertos para nós… e ver o museu engalanado… aceso e iluminado – para quem
passa… brio de quem lá mora, de quem trabalha… de quem chora… em cada dia que
passeia na praça… nas suas ruas apagadas… nas suas casas abandonadas… nesses
armazéns de tudo e de nada… que se iluminam assim – DE REPENTE – no sorriso
vivo desta NOSSA GENTE… no LATIDO do CORAGEM que se acende… entre os cantos dos
mais novos que despertam a vontade de todos nós… trinta… quarenta, cinquenta
anos de espera para que voltemos a ouvir esse som… vida, alegria, canto…
conversa garrida… simplesmente por sermos nós… a NOSSA VERDADEIRA VOZ… que tem
de ecoar… eclodir e iluminar… pedra a pedra dessa nossa FORTALEZA ANCESTRAL… essa
que se pretende património imemorial… e que para isso tenha:
– sangue vivo… fogo sentido –
“estátua de febre a arder”….
Eis a nossa fortaleza a acontecer…
No final… AINDA:
– temos os passos para dar… caminho… vou até ao parque…
estacionamento publico ou particular… praça de Marte… onde meu pai jogou…
memória a resguardar… Valenciano que se levantou… onde o monumento vivente a
esses JOVENS do ETERNO PRESENTE… os que lá jogaram e suaram… por amar… camisola
assim suada que agora é fácil “olvidar”?
Temos campo com um nome… e o campo de todos os outros nomes…
Raimundo (como os tais “Afonsos”) e Marte (como o Deus)… qual deles iluminado…
qual deles a perecer?
tanto que temos… e tanto que PODEMOS AINDA FAZER… e VER
CRESCER… e QUERER… é PODER se QUEREMOS REALMENTE… assim PODE ACONTECER!
E caminho – pela fortaleza maior deste nosso Alto Minho… meu
próprio ninho… ainda vazio… subo pelas pedras… vejo as passagens sem nome… os
aromas que nelas se respiram… pequenos detalhes da vida… que merecem maior
alegria… do que a humidade da terra fria… ou o eco silente de quem ainda não
tem voz… essa voz… a de todos nós… que a Fonte da Vila… a ÁGIA DA VIDA… ontem
marcou…
Seja a passagem da coroada – de MMV marcada – sem estar
ILUMINADA – para que os DA CASA POSSAM CAMINHAR – eles que VÃO ATÉ TUI E VÊM…
passeando de pressa ou devagar… JÁ NOTARAM QUE TÊM PERÍMETRO de QUILÓMETROS –
para passear, para USUFRUIR e VIVENCIAR?
Então – porquê apenas a luz na rua “para Inglês ver”?
E o resto – PARA OS DA CASA – ainda por acontecer?...
Temos nós mais pressa em dar e acolher… do que EM VERDADE
RECEBER?...
…seja uma “corredoira” a nossa própria memória… nas ruas da
Vila ou Coroada, no perímetro da muralha engalanada…
…passeiem jovens e quem queira assim ver… percorrer… sentir
e aprender… de si reconhecer… esta NOSSA VIDA… na pedra contida… PEDRA VIVA..
de FEBRE A ARDER…
– nesta “ecopista”
nossa – da verdadeira Valença dourada: a das gentes que nela moram… nas suas
histórias….. vida nossa… vida assim consagrada…
No final – fica a imagem… perspectiva de vida e coragem… que
vejo dia a dia sem e que pode mudar:
(a caminho do estacionamento... campo de Marte encoberto... avenida de Cristelo alumeada para quem quer ver e passar... no meio - o de sempre - a OPÇÃO DO MOMENTO - seja recolher o que ainda não está certo... há um caminho iluminado para outros ver... um caminho velado para quem nele caminha dia a dia e ainda não quer ver... há o desperfeito de quem se atreve ainda a assim destruir - pelo facto simples de que a coerência e a nossa atitude deixam espaço ... ilumine-se o caminho nosso... iluminesse a verdade por dentro... caminhe o Valencian@ atent@ e ocupe cada qual o seu lugar - RESPONSABILIDADES que cada um de nós PODE partilhar...)
Temos este “lixo” que nos sufoca… tanto é que o contentor
tombava – e temos uma luz no virar da esquina da vida a passar –
… podemos escolher
– qual o caminho a
percorrer e – podemos fazer algo… um pequeno algo… para esse lixo mudar…
Cada um de nós sabe… de que estou a falar…
Saúdo fraterno – de quem sente por dentro… a tristeza e
alegria… seja saudade, seja “morriña”… desse “algo” ao que sabemos se “aspira”…
e que nos cabe a nós saber – BEM – concretizar…
Obrigado – ontem já é dia do amanhã!
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